quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Conheça as novas tecnologias das telas de cinema


A modernização das salas de cinema do Brasil aposentou a película em troca dos arquivos digitais, mais práticos e baratos. E não é só. O 3D veio para ficar.


Se você não mora em São Paulo ou Curitiba provavelmente não conhece ainda o Imax.

Cinema além dos limites. "É um cinema diferente, uma nova realidade". Imagem de encher os olhos, tela de encher a parede da sala. "A cadeira vibra com o ruído do som. Você está dentro do filme", diz a atriz Gabriela Ramos.

Com um pouco de imaginação, o espectador já é transportado para dentro do filme. Agora imagina a sensação de ver esse mesmo filme em uma tela quatro vezes o tamanho convencional. Um mundo desse tamanho dá para qualquer um se perder.

Bem vindo ao Imax, só duas salas no Brasil têm essa tecnologia.

O funcionamento dos projetores digitais é controlado 'on-line' pela fabricante, no Canadá. Se o operador, no Brasil, precisar de ajuda tem que ligar para lá e se virar no inglês. "No aperto tem uma colinha", afirma o diretor de programação, Adhemar Oliveira.

Hoje existem 400 salas Imax no mundo e as produções para esse formato de tela se multiplicam. O ingresso custa o dobro do normal, mas no final todo mundo sai feliz.

Você se lembra daqueles antigos óculos 3D, uma lente azul outra vermelha, que todo mundo usava e você se sentia ridículo. Esqueça-se deles, isso é coisa do passado. Os óculos atuais são bem mais modernos, tecnológicos. As armações são meio 'retrô', mas isso é estilo. O que importa é a imagem lá dentro.

Há um ano, Avatar, estabeleceu novos padrões para o cinema. Da bilheteria, a maior de todos os tempos, à tecnologia. Depois dos seres azuis, os personagens podem ter qualquer cor, desde que pareçam sair da tela.

Os projetores digitais ajudaram nessa popularização do 3D. As cópias dos filmes não vêm mais nas cara películas, são distribuídas em HDs externos, super 'pendrives' com capacidade de um terabyte.

A tecnologia 3D é uma espetacular enganação do cérebro. Nossos olhos enxergam duas imagens captadas em ângulos ligeiramente diferentes. O cérebro soma essas imagens e temos a noção do volume e da distância das coisas.

No cinema, dois filmes são projetados simultaneamente, um para cada olho. Nós não percebemos porque as imagens se alternam 144 vezes por segundo.

"O projetor, na verdade, projeta tudo de uma vez. A grande sacada está naquela caixa na frente da lente. Essa caixa é um polarizador", explica o diretor de tecnologia da rede Cinemark, Luciano Silva.

Ao passar pelo polarizador, a luz desses dois filmes se transforma em duas ondas diferentes. Os óculos 3D também são polarizados e cada lente deixa passar apenas uma das ondas. O cérebro funde as duas e temos a impressão de profundidade.

Sem essas lentes especiais tudo que a gente vê é um borrão. A ilusão de ótica do cinema 3D e imersão do Imax têm um grande aliado: o som.

Com a ajuda de microfones e programas de computador, medimos o som em cada canto. Sempre dá diferença. As poltronas da frente recebem menos graves, as de trás, menos agudos. Quem se senta nos cantos perde um pouco dos dois e ouve um som 10% mais baixo.

"Um ouvido de uma pessoa comum não consegue perceber muito essa diferença. Já um ouvido treinado consegue perceber bem, principalmente a questão dos graves", explica o engenheiro de som, Luciano Jeyson.

A poltrona do meio tem até um nome especial: 'sweet spot', o ponto "G" do cinema, em uma tradução livre. Mas se ela estiver ocupada, experimente ver um filme com esse estilo, no shopping mais luxuoso do país.

Isso aqui parece mais um restaurante chique. Tem cardápio com sobremesas, petiscos, bolinho de aipim com carne seca, sanduíches. Tem pipoca também, só que a cobertura é de azeite espanhol.

O ingresso custa mais R$ 50, preço para assistir um filme em uma sala agradavelmente climatizada, em uma poltrona que parece ter saído da primeira classe de um avião.

Luxo, conforto, telas gigantescas, uma terceira dimensão. O cinema que você cresceu assistindo mudou.

César Menezes São Paulo, SP

RETIRADO DE:

http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2010/08/conheca-novas-tecnologias-das-telas-de-cinema.html

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