quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Os mais variados simuladores computadorizados

É impossível imaginar o treinamento em várias profissões sem os programas de computador. Os simuladores são usados tanto para diversão quanto para o treinamento de policiais, pilotos ou motoristas.


A situação é gravíssima, mas o paciente só vai apagar se faltar energia. Conheçam o Simman. Um boneco. Um simulador usado no treinamento de médicos para situações críticas.

"A simulação é uma maneira muito segura de você colocar um caso grave, sem colocar em risco a vida de um paciente real", afirma a diretora de cursos do Instituto Sírio-Libanês de ensino e pesquisa, Erika Miyoshi.

Erika tem o destino do pobre robô nas mãos. Sacrifício simulado para treinar a equipe. Voz, respiração, tudo parece real. "As vias aéreas do boneco talvez sejam mais difíceis de serem entubadas do que a de um ser humano normal", conta Erika.

O simulador pode ser comprado pela internet, mas o Simman ainda é pouco visto em faculdades e hospitais brasileiros. "Infelizmente, no Brasil, a simulação ainda não está tão avançada quanto no exterior."

Já o simulador de direção pode se tornar obrigatório nas autoescolas.

A imagem da tela não é muito diferente de um bom videogame. O que chama atenção é a resposta do computador a cada gesto. O peso do volante, marcha, acelerador, freio, eu tenho que fazer tudo exatamente como se tivesse num carro de verdade.

Antes de sair para as 20 horas de aulas de direção na rua, como manda a lei, o candidato à motorista pode praticar no simulador. "Aqui a gente fica menos nervosa. Às vezes, o nervosismo, eu tenho certeza que atrapalha", afirma a secretária, Ana Paula Mota.

O Conselho Nacional de Trânsito já pediu a Universidade Federal de Santa Catarina que desenvolva e teste novos equipamentos. Mas atenção: eles não vão substituir os carros de autoescola.

"Aula de rua tem que haver. Na aula de rua que ele vai adquirir a malícia, a experiência de conviver com outros veículos", explica o dono de uma autoescola, Luiz Antônio Lopes.

Então se você tem 16, 17 anos prepare-se. Você pode se deparar com um simulador antes de ganhar uma habilitação. Por que não? Os pilotos de corrida fazem isso.

"Hoje em dia, você tem tanta tecnologia dentro de um computador que você consegue até mexer no acerto de carro e ser bem compatível a um acerto de pista", conta o piloto de Stock Car, Thiago Camilo.

O jeito que o preparador físico descobriu para treinar o pescoço, foi prender volante e capacete a cabos e pesos. "Isso aqui na verdade é um treino para gente, não tem nada de brincadeira. É zero de brincadeira", diz o piloto.

Mas simuladores podem sim ser boa diversão. Tem um que decola toda noite num bar de São Paulo. A adrenalina tem seu preço, mas não é todo dia que a gente tem a chance de comandar o F-18, o caça americano que participa da concorrência para renovar a frota militar brasileira.

Os pilotos de caças brasileiros podem até não ter a chance de pilotar um avião desses, se o F-18 não vencer a concorrência. As manobras não são difíceis, o repórter até ganhou o combate. Minha vítima foi o dono da empresa, que agora quer provocar uma guerra online.

"Nós vamos fazer agora quatro simuladores brasileiros contra quatro americanos e tem quatro no Canadá também. Nós queremos interligar todos e fazer um combate", conta o Sócio da Tech-e, Darlan Pastro.

Em Manaus, o combate já começou. Armas de verdade, mas adaptadas. Em vez de munição, elas disparam raios lazer. É assim o mais novo treinamento policial no Amazonas.

"O simulador ele ajuda bastante a você aprimorar esse discernimento, a saber a hora que você tem que atirar, a hora que não pode atirar. Então tudo isso vai sendo aprimorado", afirma o policial Fabrício Araújo.

R$ 640 mil foi o preço do primeiro simulador importado dos Estados Unidos para o Brasil. O governo do Rio de Janeiro já encomendou um igual que deve ser instalado até o meio do ano.

Seis telas formam um cenário de 360 graus. Por trás dela, seis computadores e seis projetores sincronizados mostram imagens gravadas. São 70 cenas. Combinadas, elas podem criar 300 situações de treinamento.

Do lado de fora, um instrutor avalia toda a ação. "O simulador é um complemento do treinamento tradicional. Ele não substitui o treinamento profissional. No treinamento tradicional você tem o alvo fixo e nunca há essa interação com o meliante, ou então, até o próprio cidadão de bem. Essa é a grande diferença", diz o instrutor Rudá de Souza.

Na vez do repórter o cenário é de portas que se abrem. Ele precisa decidir se quem sai é o cidadão de bem ou o tal meliante. Para aumentar a sensação de risco, uma surpresa. "Na hora que você comete um erro de procedimentos ou quando é alvejado você recebe uma descarga elétrica".

O começo é desastrado, mas o repórter achou que estava pegando o jeito. Não por muito tempo.

RETIRADO DE:


http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2010/04/os-mais-variados-simuladores-computadorizados.html


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